segunda-feira, 27 de junho de 2011

1 KM/H FAZ DIFERENÇA CONTRA MORTES NO TRÂNSITO



Australiano afirma que redução de limite de velocidade nas estradas do país evitaria quase cinco mortos por dia. Em visita ao Brasil, Eric Howard não vê sentido em sinalizar radar e defende 30 km/h para ônibus em vias urbanas

O motorista tem pressa. Quer sempre chegar mais rápido em casa, mesmo se não tiver compromisso algum.

Só não imagina que até mesmo um aumento despretensioso de 100 km/h para 101 km/h na velocidade dos carros, para economizar segundos, já significa que mais gente vai morrer e se ferir.

Pelas contas divulgadas pelo australiano Eric Howard, renomado especialista mundial, essa inocente alta de 1 km/h no ritmo médio dos veículos bastaria para elevar em 5% as mortes no trânsito.

É por isso que a redução dos limites de velocidade no Brasil é uma das propostas imediatas de Howard para diminuir as vítimas na década da segurança no trânsito instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas).

No país, mais de 35 mil morrem por ano em acidentes viários. É como se, a cada dois dias, um Airbus caísse.

Nos cálculos do engenheiro, consultor do Banco Mundial em mais de uma dezena de países, a simples redução de 10 km/h (de 100 km/h para 90 km/h) em trechos de estradas já pouparia 1.700 vidas/ano, quase cinco por dia.

"É preciso desacelerar os carros", afirma Howard, que esteve na última semana no "Fórum Volvo-OHL de Segurança no Trânsito", em Brasília, dentre outros encontros com técnicos do país -inclusive da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Na capital paulista, os limites de velocidade de diversas avenidas já foram reduzidos nos últimos meses (incluindo vias como Radial Leste e Washington Luís).

Pelo discurso de Howard, ainda é muito pouco. Para ele, não deveria se admitir, por exemplo, que ônibus rodassem a mais de 30 km/h nas principais vias urbanas.

E os engarrafamentos numa cidade como São Paulo?

"Ir mais rápido só serve para chegar ao próximo ponto de congestionamento mais depressa", diz Howard.

RADARES

O australiano se mostrou impressionado com um comportamento de motoristas brasileiros: a redução da velocidade onde há radares e a desobediência imediata assim que passa a fiscalização.

Para ele, "não faz sentido" sinalizar a presença do radar.

Diante dos riscos da velocidade excessiva, a Folha questiona: por que os carros são vendidos permitindo mais de 200 km/h se a maioria dos países não admite mais de 120 km/h? Para Howard, a indústria vende aquilo que a sociedade pede.

Fonte: ALENCAR IZIDORO - FOLHA DE SÃO PAULO

2 comentários:

  1. Pois é, uma das mais antigas frases de trânsito que conheço diz o seguinte: " A velocidade que encanta é a mesma que mata!" Pena que somos muito teimosos, insistimos em errar as mesmas coisas, e os acidentes vão acontecendo, as pessoas morrendo e continuamos a acreditar que só acontece com os outros. Como mudar um procedimento que "eu" continuo acreditando que é correto? O Brasileiro é teimoso e nossos politicos só querem se dar bem, por isso as leis são tão mal elaboradas. O mal educado quer correr, então o mal politico (infelizmente são muitos)criam alternativas para deixar o povo correr, e os acidentes.....

    Washington

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  2. Concordo com sua colocação, prezado Washington. Infelizmente a grande maioria da população brasileira acha que acidente de trânsito só acontece com os outros, o que os números demonstram não ser verdade. Enquanto não entendermos que todos nós somos passíveis de sofrer referido acidente e começarmos a tomar atitudes preventivas no trânsito, mas não só como condutores, mas também como passageiros e principalmente como pedestres, a tendência é este número sempre aumentar. Acidente de trânsito é questão de saúde pública e deve ser tratado como tal por todos, principalmente as autoridades de nosso país.

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