Carreta que causou acidente no Anel Rodoviário estava a 115 quilômetros por hora
A Polícia Civil concluiu o inquérito de investigação do grave acidente no Anel Rodoviário que matou cinco pessoas e deixou outras 12 feridas, no dia 28 de janeiro.Os laudos anexados à apuração apontam que o motorista Leonardo Faria Hilário, de 24 anos, trafegava a 115 quilômetros por hora na carreta bitrem, causadora da tragédia. O advogado Geraldo Washington Batista Júnior, defensor do motorista da carreta, disse que ainda não teve acesso a conclusão do inquérito, mas já adiantou que vai contestar os laudos. “Não tem como medir a velocidade do veículo, este foi um valor estimado por eles”, contesta o advogado. Segundo ele, assim que tiver acesso aos laudos, vai entrar com o pedido de quesitos complementares e pedir uma perícia técnica sobr as condições do Anel Rodoviário. O caminhoneiro já foi indiciado por homicídio com dolo eventual, aquele em que o agente não quer diretamente o resultado, contudo assume o risco de produzi-lo. O delegado que preside o inquérito, Ramon Sandoli, afirma que o dolo é comprovado por algumas atitudes do motorista como a falta de prevenção na direção, o abuso da velocidade acima do limite permitido e a falta de experiência em conduzir o veículo bitrem. O motorista, que está preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp), agora fica à disposição da Justiça.
Decisão do Ministério Público sai até o dia 14
O Ministério Público Estadual (MPE) recebeu ontem o inquérito da Polícia Civil que pede o indiciamento do motorista Leonardo Faria Hilário, 24, pelo crime de homicídio com dolo eventual.
O promotor do 1º Tribunal do Júri, Edson Ribeiro Baeta, informou, por meio da assessoria de imprensa do MPE, que vai analisar o documento a partir de hoje. Ele tem até a próxima segunda-feira, dia 14, para apresentar a denúncia à Justiça.
Caso o promotor siga a conclusão do inquérito produzido pela delegada Andréa Abood, da Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (Deav), o caminhoneiro corre o risco de enfrentar uma pena que varia de seis a 20 anos de prisão. De acordo com a delegada, cinco vítimas do acidente entraram com representação contra o caminhoneiro pelo crime de lesão corporal, cuja pena vai de três meses a um ano de prisão.
Minas reassume posição de estado com maior índice de acidentes com caminhões
Minas Gerais reassumiu no último trimestre de 2010 a primeira posição do ranking dos estados com maior índice de acidentes com veículos de carga nas rodovias federais, superando São Paulo.
Foram pesquisados caminhões e carretas segurados pela Pamcary, com sede na capital paulista. A empresa, no entanto, não divulga a frota que cobre e os números absolutos.
Segundo dados do Instituto Cuidando do Futuro, braço social da Pamcary, e da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), 22% dos acidentes ocorreram no território mineiro, enquanto São Paulo contabilizou 18%. Em relação às vítimas, Minas manteve-se no primeiro lugar da lista, com 23% dos mortos e feridos nas BRs.
Carreteiros aprovam campanha na BR-040 para orientar sobre perigos do Anel
Um alerta foi dado na terça-feira a caminhoneiros que trafegavam no km 550 da BR-040, perto da entrada do Anel Rodoviário de Belo Horizonte: é preciso ter cuidado com o Anel, reduzir velocidade e respeitar a sinalização. O pedido, que já foi reproduzido inúmeras vezes por autoridades responsáveis pela rodovia, foi repetido na terça durante o lançamento de uma campanha de segurança. Os condutores receberam um kit com instruções de como contribuir para um trânsito mais seguro. O primeiro motorista a receber o kit da campanha, com camisa, folheto educativo, adesivo e lixeira, foi o motorista Antônio Alves Teixeira, de 55 anos. “Tenho muito cuidado ao descer o Anel, por onde passo de três a quatro vezes por semana.“Mas vejo muita imprudência sendo cometida tanto por motoristas de automóveis quanto por caminhoneiros”, disse. Para ele, a redução do limite de velocidade de 70km/h para 60km/h pode ser uma solução para os abusos na rodovia. A decisão de diminuir a velocidade também agradou a caminhoneira Telma Alves, de 39 anos. “A velocidade de 50 km/h já é razoável para trafegar no Anel quando estamos com a carreta carregada”, afirmou a condutora, que se manifestou satisfeita com a blitz. Operação educativa para conter abusos no Anel Rodoviário continua nesta quarta-feira O prefeito Marcio Lacerda, que compareceu ao lançamento da campanha, foi enfático: “Não existirá segurança no Anel só com obras, fiscalização ou radares, se não tivermos caminhoneiros mais conscientes do alto risco que temos ali”. O prefeito lembrou que a questão da jornada de trabalho, da saúde e do treinamento dos caminhoneiros precisa ser melhor tratada para diminuir o risco de acidentes nas estradas. Sobre o motorista da carreta bitrem responsável pelo último grande acidente no Anel, o prefeito disse: “Temos de ter fiscalização e punição e, em caso de crime, o motorista deve ser sentenciado à prisão”, afirmou. A campanha, que teve à frente a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat vai permanecer até o início da operação dos radares no trecho crítico de descida do Anel. De acordo com o presidente da CNT e do Conselho Nacional do Sest Senat, senador Clésio Andrade, depois das medidas emergenciais no Anel, as blitze serão realizadas em postos de combustível ao longo da BR-040. A ação contou com o apoio do Departamento Nacional de Transportes (Dnit), da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar Rodoviária e da Prefeitura de Belo Horizonte.
Fonte: Jornal do Estado de Minas 09/02/2011.
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