Na última postagem que fiz relatei um acidente de trânsito grave ocorrido na BR 282 em SC, e comentei que estes números irão engrossar a já dolorosa e assustadora estatística de vítimas fatais de acidentes de trânsito.
Sempre que falo nos números destas estatísticas, saliento que, tais números informados pelos órgãos federais responsáveis pela gestão e segurança do trânsito em nosso país não são reais, pois mostram 35.000 mil vítimas fatais ao ano, sendo que os mesmos só levam em consideração os óbitos ocorridos nos locais dos acidentes, já as demais vítimas que vem a óbito depois, não importando o tempo, são consideradas, inicialmente, feridas, e a causa morte nunca é considerada como sendo o acidente de trânsito e sim diversos outros fatores, ou seja, nestes casos não é considerado a causa primária de o indivíduo ter chegado aquele estado e sim somente a causa morte que foi verificada naquele momento. Isto falando apenas de vítimas fatais diretas da violência no trânsito, como existe dados destes mesmos órgãos federais que dão conta que mais de 60% dos leitos hospitalares, tanto da rede pública ou privada, são ocupados por pessoas feridas nos acidentes, podemos considerar que, aquele indivíduo que passa mal em casa e necessita de uma internação urgente terá menos de 40% de chances de consegui-la, o que elevará consideravelmente o risco de morte do mesmo, sendo assim podemos concluir que tais estatísticas somadas, de vítimas fatais diretas e indiretas da violência do trânsito em nosso país, pode ultrapassar facilmente 150.000 vítimas por ano.
E o que me deixa mais estarrecido é que quando levanto estes dados e faço esta afirmação assustadora, pessoas que a princípio teriam que zelar pela gestão e a segurança do trânsito, cuidando para que a educação de trânsito fosse realmente aplicada para todos, conforme está na lei, e assim começar a diminuir tais números, ficam questionando quais fontes são utilizadas para se chegar a estes números, que os mesmos são auto-sugestivo e condizentes com o objetivo que se pretenda atingir. A estes digo sempre que, é importante sim termos fontes confiáveis, as que utilizo são dos órgãos os quais estas pessoas fazem parte, mas muito além de citarmos fontes, se querem saber se realmente o que escrevo é verdade, acompanhem os meios de comunicação além de sua área de interesse, veja o que acontece nas principais cidades, mas também nos rincões deste imenso país, saiam de trás da mesa de um escritório com ar-condicionado, coloquem a cara na rua, conversem com pessoas comuns, que não entendem de números estatísticos, mas entendem da vida, conversem com pais e mães que perderam seus filhos para esta violência, conversem com filhos que perderam seus pais, para estes pouco importa o número, pensem que por trás deste número que você questiona está uma família, estão pessoas que sofrerão pelo resto de suas vidas, parem com esta hipocrisia de achar que nada está acontecendo e que o problema da violência no trânsito é algo de menor potencial ofensivo, pois tenho certeza que vocês que pensam assim, só o fazem de tal forma porque não sofreram na pele o drama da perda acima citada.
Fico muito feliz de saber que alguns órgãos neste país estão se mexendo em relação a este problema, campanhas mais sérias estão sendo feitas, a violência no trânsito está começando a ser levada a sério.
Isto é apenas o começo de uma longa jornada, mas uma longa jornada se começa com pequenos passos.
Para provar a tais contestadores dos números relatados,decidi que a partir de hoje até a quarta-feira de cinzas postarei neste nosso espaço, todas as notícias que eu tiver acesso sobre violência no trânsito, neste carnaval, tendo vítimas fatais ou não, pois mesmo a vítima não fatal ocupará o leito hospitalar no lugar de outra pessoa necessitada, conforme descrito acima. Já havia postado o tal acidente dito no começo deste texto, agora posto o link de um jornal da região onde resido que trás a notícia de três acidentes que deixaram oito pessoas feridas ocorridos na BR 393, somente nesta madrugada, no trecho que corta o sul do estado do RJ.
Veja a reportagem no link:
http://diariodovale.uol.com.br/noticias/5,36763.html#axzz1FkRFH9vL
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