quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Proteja (Sempre) quem você ama!

A bendita cadeirinha

Paula Perim*

Estava marcado para o dia 9 de junho o início das multas para quem levasse crianças de menos de 7 anos e meio no carro, sem usar a cadeirinha. Multa de R$ 191,54 e mais 7 pontos na carteira. Tudo preparado pelo governo para que pais e mães fossem obrigados a cuidar da segurança da criança no carro. Mas todos podem ficar tranquilos: o início da fiscalização passou para dia 1 de setembro. Até lá, crianças penduradas entre os dois bancos da frente, bem de cara para o painel, ou de joelho no banco, acenando para o carro de trás, estão dentro da lei. Elas também podem ir deitadas no banco traseiro, com o apoio de um travesseiro encostado na porta, ou mesmo ir brincando e pulando com o irmão, sem o menor problema. Ao menos no que se refere às multas. Nenhum policial vai incomodar os pais ou tios ou seja lá quem for.
O Conselho Nacional de Trânsito decidiu pelo adiamento devido à falta de cadeirinhas no mercado. Todos correram para as lojas na última hora, e o produto sumiu, desapareceu.
Há fabricantes dizendo que aumentaram em 100% a produção, mas não estão conseguindo atender a todos os pedidos. Portanto, nada mais justo do que dar mais 3 meses para que todos possam se preparar. Se preparar para não receber multas. Estar dentro da lei, fazer tudo direitinho. Afinal, até agora não era obrigatório.
Realmente não consigo entender. Os mesmos pais que se preocupam com um pequeno espirro da criança, quase morrem de aflição na primeira febre ou pensam dez vezes antes de deixar a tia cuidar dela por uma tarde para poderem ir ao cinema, esperam por uma lei para garantir a segurança do filho em um momento em que ele está mais vulnerável do que na maioria das situações do dia a dia. Sobre isso, já ouvi de tudo: “é pertinho, mesmo que eu bata o carro nunca vai ser um acidente sério, na estrada eu até uso…”. Ou “ela vai no colo no banco de trás, quer coisa mais segura do que o colo da mamãe”? Sim, quero, sim.
O fato é que se as cadeirinhas desapareceram das lojas, mesmo com os fabricantes, felizes, dobrando a produção, é porque muitos bebês e muitas crianças têm passeado por aí de maneira perigosa. Mesmo que dentro da lei.
Portanto, cara mãe, caro pai, não espere pelo governo para dizer quando você precisa levar seu filho de forma segura no carro. Desde a saída da maternidade – isso mesmo, não é exagero – a criança deve ir na cadeirinha. No modelo certo para sua idade e peso. E presa no carro da maneira adequada.
Por fim, se a questão for “eu não consigo fazer meu filho sentar na cadeirinha”, pense bem… Você consegue que ele coma, durma, vá à escola… Com muita paciência, mas consegue. Com a cadeirinha não pode ser diferente. Minha irmã dizia para o Léo, meu sobrinho, que o carro só conseguia andar, sair do lugar, quando todos estivessem com o cinto e ele no seu assento. Uma amiga levava a boneca da filha, em uma cadeirinha (de brinquedo), ao lado dela. Eu nem me lembro mais como consegui tornar isso um hábito com minhas filhas, agora já grandes, promovidas ao banco da frente, inclusive. Antes de completarem 3 anos, elas já sentavam na cadeirinha e colocavam o cinto sozinhas. Provavelmente porque isso nunca foi uma questão. Como elas sempre andaram na cadeirinha, nem pensavam que poderia ser diferente disso.
Seja qual for o artifício ou argumento que você optar na sua família, o fato é que a cadeirinha é a forma mais segura e consciente de levar as crianças no carro. E isso não depende de lei ou de multa para você levar a sério.

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