Caros amigos e amigas, papais e mamães ou responsáveis por crianças menores de idade que são levados às escolas por Veículos de Transporte Escolar, escrevo este post para vocês. E longo mas acredito que mereça ser lido e, principalmente, ser motivo de reflexão.
Tenho observado com um olhar muito clínico às condições dos veículos de transporte escolar em algumas cidades de nossa região, principalmente em VR e BM, e o que tenho visto tem me deixado extremamente preocupado. E o que mais tem me chamado a atenção são os veículos irregulares ou até mesmo legalizados e autorizados, pelo poder concedente, ou seja a Prefeitura através do Órgão Gestor do Trânsito Municipal, que prestam estes serviços com condições precárias, por vezes mínimas, de segurança. Veículos em péssimo estado de conservação, com pneus sem condições de rodagem, luzes queimadas, tais como setas, pisca-alertas, faróis, portas que não se fecham e são seguradas pelos ajudantes, estes itens são os que podemos observar por fora, mas tenho certeza que veículos nestas condições também apresentam problemas com itens de segurança obrigatórios internos, como extintor de incêndio, estepe em condições de uso, cinto de segurança ao alcance de todos e em bom estado de conservação, tacógrafo vistoriado anualmente, dentre outros.
Se os fatores relacionados aos veículos são preocupantes, os dos Condutores idem, pois vejo que muitos não utilizam cinto de segurança, tanto eles quanto os ajudantes, e é importante lembrar que uma pessoa solta dentro de um veículo em movimento, em caso de choques ou colisões além de correrem o risco de se ferirem gravemente, indo até mesmo à óbito, podem causar às mesmas consequências aos demais ocupantes do veículo. Também percebo que muitos dirigem com calçados que não se firmam aos pés, ou seja, chinelos, e conduzir um veículo com este tipo de calçado é um ato de alto risco, haja vista que este calçado pode escorregar ou prender-se aos pedais causando risco de perda de controle do veículo, além claro de que muitos não possuem o Curso de Especialização para Condutores de Transporte Escolar, curso este previsto pela Resolução Contran 168/04, além de conduzirem o veículo em velocidade que mesmo permitida para a via, não é a adequada para o momento, local em que trafega e, principalmente, com o tipo de passageiro transportado.
Estes fatores relacionados aos Veículos e Condutores são sérios e preocupantes, mas existe um, que a meu ver pode ser considerado o mais sério, a forma como as crianças são transportadas. Vejo constantemente crianças sendo transportadas sem o cinto de segurança, com cabeça ou membros para fora do veículo, e o que é pior em número acima do que é permitido para o veículo, com crianças menores sendo transportada no colo de crianças maiores. E, como já supracitado em relação aos condutores e auxiliares, esta criança, mesmo com pouco peso, pode ferir-se ou ferir outra criança gravemente, inclusive correndo risco de óbito.
É claro, óbvio e cristalino que, como em qualquer outra profissão, existem aqueles que não a prestam o serviço para qual são contratados com o devido profissionalismo, só se importam com os ganhos financeiros e nada mais. Mas existem também aqueles, e muitos graças a Deus, são assim, prestam este serviço com total profissionalismo, com veículos bem cuidados, não necessariamente novos no quesito idade de uso, mas com todos os itens de segurança obrigatórios em dia e, acima de tudo, com toda responsabilidade, profissionalismo, respeito e segurança para com aqueles que transportam, nossos filhos e filhas, nossas crianças.
Portanto meus caros amigos e amigas, papais, mamães e responsáveis, olhem, fiscalizem os veículos que levam seus filhos para as escolas, fiscalizem os itens de segurança, o comportamento do condutor e do auxiliar, se possuem o certificado do curso obrigatório para condução deste tipo de veículos, se o veículo possui autorização para do órgão gestor de trânsito municipal, se existem cintos de segurança para todos e se todos utilizam de forma correta e se não é transportado um número maior de passageiros do que o permitido para o tipo de veículo.
E lembre-se, às vezes em troca de vinte ou trinta reais de "economia" ao mês, colocamos a vida de nossas crianças em risco.